sexta-feira, 29 de junho de 2012

Formação de Professores-Desafio para avançar



Segundo Ana Lígia Scachetti, a tecnologia precisa ser incorporada ao projeto politico-pedagógico (PPP) e integrado aos conteúdos curriculares. Não dá para ir ao laboratório e permitir que os estudantes fiquem navegando sem um objetivo de aprendizado, pois dificulta o trabalho do docente, já que o controle da aula fica mais complicado quando a turma tem acesso à internet. O computador na sala ou no laboratório deve ter um uso dirigido.
Pesquisadores do Laboratório de Novas Tecnologias Aplicadas na Educação (Lantec), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em busca de indicadores para definir uma boa experiência na área tecnológica, propõem a Pedagogia Comunicacional Interativa (PCI).O conceito indica a combinação de objetivos educacionais com as ferramentas de comunicação da web, como compartilhamento de conhecimento.
Para que os objetivos de ensino sejam alcançados os professores devem estar preparados para tirar o melhor proveito das tecnologias de informação e comunicação (TIC). O docente precisa fugir do mito de que os alunos, nativos digitais sabem mais do que ele. Os estudantes podem até ter mais familiaridade com as novidades, mas não sabem coloca-las a favor de sua aprendizagem.
A tecnologia por si só não muda as práticas existentes. Além disso, muitas aulas se restringem a recursos básicos, como buscas na internet e editores de texto. A máquina substitui o caderno e os livros, mas não altera o contexto pedagógico. Portanto, as grandes inovações no processo educativo ainda estão por vir. Para que todo o potencial tenha chance de se desenvolver é necessário preparar os professores para que possam ousar mais sem perder o rumo dos objetivos educacionais, rever os conteúdos curriculares e inserir o uso das TIC nos projetos da escola.



Tecnologia e Aprendizado

Tecnologia e Aprendizado

A revista Nova Escola de junho/julho 2012, traz um artigo escrito por Ana Lígia Scachetti sobre a tecnologia onde enfatiza a sua importância na aprendizagem e mostra que essa ferramenta sozinha não aprimora o aprendizado. Leva-nos a refletir sobre dois cenários.  No primeiro, a sala de aula possui um quadro-negro, o professor usa o giz e senta em uma mesa em frente às crianças, posicionada nas carteiras enfileiradas. Na segunda cena, o docente utiliza uma lousa digital e os alunos estão atrás de mesas brancas com computadores. O que muda se compararmos esses dois cenários?
Afirma ela que a euforia geral com a tecnologia leva a pensar que o investimento em equipamento garante a melhoria do ensino e da aprendizagem, mas a realidade mostra que em muitas salas de aula que se enquadram a segunda descrição a diferença está apenas nas ferramentas empregadas no trabalho. A resposta para a pergunto do primeiro parágrafo depende de como a interação entre professores, alunos e conteúdos se dá após a inclusão dos novos recursos.
Informa que as políticas públicas dessa área estão mais voltadas para equipar as escolas. O Ministério da Educação (MEC) e os governos estaduais e municipais têm alardeado a distribuição de maquinário. O Censo Escolar de 2010 mostrou que 39,37% das escolas brasileiras já possuíam laboratório de informática, 60,45% tinham computador, e 45%, acesso à internet. Mas a presença das máquinas não é igualitária no Brasil. As regiões Sul, Sudeste e Centro Oeste estão com a maioria das unidades preparadas. No Norte e no Nordeste, menos da metade das instituições conseguiu se adequar a essas necessidades.
O Brasil, segunda ela, ainda precisa de ações direcionadas para continuar a equipar as instituições de ensino. Garantir bons computadores e internet na escola é um ganho. A sociedade está inserida digitalmente, então o aluno quer encontrar em suas aulas a mesma modernidade que vê fora delas. As escolas podem (e devem) combater a exclusão digital e preparar os estudantes para esse universo.